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Estelionatários Presos
Estelionatários Presos

Operação prende suspeitos de aplicar golpes

bancários em 4 estados.

Operação é realizada no Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo.
No Rio, foram cumpridos todos os 11 mandados de prisão.

 

Polícia Civil realiza operação em quatro estado. (Foto: Renata Soares/G1)

 

 A Polícia Civil realizou nesta segunda-feira (11) uma megaoperação para prender suspeitos de aplicar golpes milionários em bancos. A ação acontece nos estados doRio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo.  A ação cumpriu 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. Até o início da tarde, os 11 madados de prisão do Rio foram cumpridos, assim como dois no Espírito Santo e um na Bahia. Um homem que estava num dos locais de busca, no Espírito Santo foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Os agentes continuavam as buscas por um foragido no Paraná (veja a lista completa de presos no fim da reportagem).

Por volta das 6h30, policiais da 54ª DP (Belford Roxo) — que coordena a ação —, prenderam Rogério Manso Moreira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo o delegado Felipe Curi, Rogério, que é ex-candidato a vereador e a deputado federal, agia como lobista com o primo, o pai e o tio - todos também presos-, para arrecadar dinheiro. De acordo com a polícia, o grupo é responsável por 554 casos de estelionato.

Entenda o golpe

A quadrilha convencia pequenos empresários a aumentar o capital social da empresa para poder entrar em licitações que eles seriam os vencedores;

Empresários contraíam empréstimos para aumentar o capital social, ficavam endividados;

A quadrilha aconselhava os empresários a abrir uma nova firma e adquiria a empresa endividada, que era colocada em nome de “laranjas”;

A quadrilha usava o CNPJ das empresas para contrair novos e maiores empréstimos, que eram usados para aumentar o capital social de outras empresas falidas adquiridas pelo grupo e assim formar uma espécie de pirâmide de empréstimos.

 

 "É uma quadrilha que age, principalmente na Baixada Fluminense, mas tem tentáculos em outros estados também. É uma quadrilha especializada em golpes bancários milionários, uma das maiores do país. Em dois anos, eles movimentaram quase R$ 40 milhões, adquiriram 82 caminhões que eram usados para lavar dinheiro e usavam ainda empresas de fachada para praticar o crime", explicou Curi.

De acordo com o delegado, os integrantes da quadrilha faziam a proposta para que pequenas empresas fizessem um trabalho para a prefeitura. No entanto, em troca, esses microempresários tinham que aumentar o capital da mesma. Para que isso acontecesse, eles faziam grandes empréstimos nas instituições financeiras.

"Quando este empresário percebia que não tinha condições de arcar com o custo, os lobistas transferiam a empresa para algum laranja, que também pertencia à quadrilha. E aí era feita uma pirâmide de empréstimo com outras várias empresas", acrescentou. Ainda de acordo com o delegado, entres os presos está um assessor da prefeitura, identificado como Rogério Ramos. Os criminosos agiam principalmente nos municípios de São João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu, na Baixada.

Operação prende suspeitos de aplicar golpes bancários no RJ. (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Operação prende suspeitos de aplicar golpes
bancários no RJ. (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Caminhões adquiridos
O delegado explicou ainda que os empréstimos variavam de R$ 1 mihão a R$ 3 milhões e, com isso, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, que estão espelhados pelo país e foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro.

"Eles colocaram em empresas de fachada e esses caminhões que dão uma renda para eles. Cada caminhão pode ser alugado por até R$ 5 mil por mês", concluiu.

A megaoperação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 56ª DP (Comendador Soares), 64ª DP (São João de Meriti), 51ª DP (Paracambi) e 50ª DP (Itaguaí). Cerca de 200 policiais participaram da ação.

Polícia Civil faz operação em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. (Foto: Renata Soares/G1)Polícia Civil faz operação em Belford Roxo,
na Baixada Fluminense. (Foto: Renata Soares/G1)

Sigilo bancário e fiscal
Ainda segundo o delegado, a polícia quebrou o sigilo bancário de 35 empresas e 173 contas correntes foram analisadas. Além disso, houve 36 contas interceptadas e 70 mil registros entre ligações e mensagens vasculhados.

O empréstimo variava de R$ 50 mil a R$ 200 mil. "Eles precisavam de empresas com CNPJ antigos para dar continuidade aos empréstimos e quando essas empresas não conseguiam arcar com o valor pego no banco, eles colocavam um laranja deles como sócio dessas empresas. Esses laranjas na maioria das vezes eram pessoas analfabetas", relatou.

O delegado disse ainda que com este esquema, empresas que tinham o capital inicial de R$ 20 mil passavam a ter R$ 5,7 milhões.

Lavagem de dinheiro
O arrendamento dos caminhões a R$ 5 mil por mês, além de render lucro à quadrilha também permitia ao grupo fazer a lavagem do dinheiro dos empréstimos.  Uma das empresas da quadrilha estava reformando uma escola  - que na verdade é o Instituto Marcos Richardson, falido e de propriedade da família do lobista Rogério Manso Moreira - e recebia depósitos da Prefeitura de Belford Roxo para as obras que não eram realizadas.